quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Avivar memórias...
Ontem estava a vasculhar o meu "baú de recordações"; sim porque quer digam que "os melhores momentos ficarão para sempre na memoria", acabamos sempre por guardar um pouco mais de informação de tais momentos naquela caixinha que temos desde crianças... Talvez um bilhete de um jogo de futebol, um bilhete de cinema em que no verso escrevemos: " 12 de Agosto - fui ver este filme com o Miguel", uma carta de amor dos tempos da adolescência: " Minha querida, não quero que esta seja apenas mais uma carta..." -quando olhamos para estes "pedacinhos de memorias" os nossos olhos tendem a brilhar e os labios a sorrir...
Mas eis que dei por mim a pegar num bonequinho feito com uma bolota, parecia-me uma bolota...
Quem me terá feito aquele bonequinho tão engraçado? - Pensei eu.
Para o ter guardado, certamente foi alguém especial.
Fiquei deitada na cama, a olha-lo e a tentar avivar as minhas recordações... mas parecia-me impossivel relembrar.
Levantei-me de repente e fui a cozinha beber um copo com agua e ao passar no meu hall de entrada, olho para as varias fotografias que la tenho e há uma sobressai entre todas... A da minha mãe. Olho-a com o meu olhar mais terno e fico parada durante uns segundos...
Como ela estava linda naquela fotografia - uma camisola cor-de-rosa, que condizia com a cor dos seus labios, aquele olhar de mulher decidida, por vezes até severa demais, olhar confiante e ao mesmo tempo triste... Sim, um Olhar também triste... Engraçado, nunca tinha reparado.
Porque triste? Pois, não sei... ou talvez saiba.
Recuperei o momento e dirigi-me então a cozinha para beber a minha agua. Ao regressar ao quarto dei mais uma olhadela pelas fotografias e a da minha mae voltou a sobressair... Peguei nela e levei-a comigo.
La me deitei uma vez mais, colocando a fotografia sobre o peito.
Boneco, fotografia, boneco, fotografia... Uma tarde em familia... O meu pai... os meus avos... primos... tios... a minha Mae...
- " Olha, fiz-te isto enquanto regressava dos Vales! Gostas?"
- "Lindo, Mae... Imaginação nao te falta!" e sorri para ela dando-lhe um abraço que me pareceu eterno...
Pois foi, minha mãe... foste tu que me fizeste este bonequinho com todo o teu carinho enquanto regressavas dos Vales até mim...
Não me contive e beijei a tua fotografia...
Fizeste-o a pensar em mim e para mim, e eu guardei-o estes anos todos ( 14 anos após ).
Hoje quando te vou visitar, sento-me no sofa e agarro tantas vezes uma folha e uma caneta e desenho uma flor, um passaro, um coração... mostro-te e digo: " É para ti!Sabes o que é?"...
Com um olhar indeciso, calmo e triste, respondes-me: " Não sei... o que é?" e eu explico quantas vezes é necessario o que significa um coração, o que é uma flor... o que faz um passaro...
O teu olhar triste, minha mãe que me vai derrubando aos poucos mas que me faz lutar dia apos dia por ti...
Quem me dera que regressasses dos Vales e com um sorriso me trouxesses mais um bonequinho e eu o guardasse por mais 14 anos...
A ti sim, a ti posso dize-lo de alma e coração: AMO-TE! E o tempo é tão breve...
Para ti, minha Mãe
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sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Eu sei!...
...que no fundo me detestas.
Com todas as tuas forças, arrependes-te dos nossos comportamentos infantis e depois não sabes o que fazer em relação a nós.
...que te aborreço.
Com as minhas perguntas e insinuações, com os teus silêncios e encolheres de ombros.
...que te enervo.
Porque te lembras o quanto eras feliz ao meu lado, o quanto nos completávamos e riamos em cumplicidade.
...que me desejas.
Porque sinto o teu sonho, o teu murmúrio quando já não aguentas mais e por fim sucumbes a procurar-me.
...que me admiras.
Se assim não fosse, porquê isto tudo?
...que me adoras.
À tua maneira e com formas distorcidas.
...que EU sei...
Para ti, Sérgio.
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Com todas as tuas forças, arrependes-te dos nossos comportamentos infantis e depois não sabes o que fazer em relação a nós.
...que te aborreço.
Com as minhas perguntas e insinuações, com os teus silêncios e encolheres de ombros.
...que te enervo.
Porque te lembras o quanto eras feliz ao meu lado, o quanto nos completávamos e riamos em cumplicidade.
...que me desejas.
Porque sinto o teu sonho, o teu murmúrio quando já não aguentas mais e por fim sucumbes a procurar-me.
...que me admiras.
Se assim não fosse, porquê isto tudo?
...que me adoras.
À tua maneira e com formas distorcidas.
...que EU sei...
Para ti, Sérgio.
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terça-feira, 17 de novembro de 2009
Silêncio...
sábado, 14 de novembro de 2009
Partir antes de chegar...
Tinhas a pele arrepiada pelo sentimento. Os olhos rasos de contentamento...
A vida trazias nas mãos abertas. E o fruto do nosso encontro era uma alma cheia de presente, sem medo do futuro e sem necessidade de olhar o passado.
Querias-me assim como eu te queria. Eternamente. Que era o mesmo que dizer, enquanto durasse. O nosso eterno era o momento, pleno, e não havia promessas feitas ao entardecer. O que dávamos estava em todos os gestos, em todos os olhares, no encontrar dos corpos. Nada de planos para o futuro, nada de palavras vãs para encher o vazio. Não existia o vazio.
Mas quando olhávamos para nós sentimo-nos cheios de mais. A sonhar o que não podíamos ter uma vida inteira. Não acreditávamos que a vida se desse assim, como uma fruta fresca em pleno verão.
Estranho o destino humano... Tudo o que é bom demais faz-nos afastar, evitar. Nem sequer tocamos com o medo de estragar. Para que nada mude, não chegamos a viver tudo o que se oferece aos nossos olhos. E partimos antes mesmo de chegar...
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Basta!
Tenho passado noites incríveis com pessoas fantásticas, por algumas delas ganhei um extremo carinho, outras fui esquecendo à medida que me distanciava fisicamente...
Noites de sexo tórrido, outras sem nexo algum, outras em que apenas me sento à beira da cama e falo...
Basta! Bastam as loucuras cometidas sem nada sentir a não ser aquele enfâse do momento presente, que se esvai como se de fumo se tratasse...
Basta de usar e de me usarem para obtermos prazer desmedido e no dia seguinte nem um telefonema fazermos...
Basta de sentir-me vazia, de ter a alma gelada...
Basta...
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sábado, 7 de novembro de 2009
Aprendi...
Aprendi que eu não posso exigir o amor de ninguém, posso apenas dar boas razões para que gostem de mim e ter paciência, para que a vida faça o resto. Aprendi que não importa o quanto certas coisas sejam importantes para mim, tem gente que não dá a mínima e eu jamais conseguirei convencê-las. Aprendi que posso passar anos construindo uma verdade e destruí-la em apenas alguns segundos. Que posso usar meu charme por apenas 15 minutos, depois disso, preciso saber do que estou falando. Eu aprendi... Que posso fazer algo em um minuto e ter que responder por isso o resto da vida. Que por mais que se corte um pão em fatias, esse pão continua tendo duas faces, e o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho. Aprendi... Que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei. Aprendi que preciso escolher entre controlar meus pensamentos ou ser controlado por eles. Que os heróis são pessoas que fazem o que acham que devem fazer naquele momento, independentemente do medo que sentem. Aprendi que perdoar exige muita prática. Que há muita gente que gosta de mim, mas não consegue expressar isso. Aprendi... Que nos momentos mais difíceis a ajuda veio justamente daquela pessoa que eu achava que iria tentar piorar as coisas. Aprendi que posso ficar furioso, tenho direito de me irritar, mas não tenho o direito de ser cruel. Que jamais posso dizer a uma criança que seus sonhos são impossíveis, pois seria uma tragédia para o mundo se eu conseguisse convencê-la disso. Eu aprendi que meu melhor amigo vai me machucar de vez em quando, que eu tenho que me acostumar com isso. Que não é o bastante ser perdoado pelos outros, eu preciso me perdoar primeiro. Aprendi que, não importa o quanto meu coração esteja sofrendo, o mundo não vai parar por causa disso. Eu aprendi... Que as circunstâncias de minha infância são responsáveis pelo que eu sou, mas não pelas escolhas que eu faço quando adulto. Aprendi que numa briga eu preciso escolher de que lado estou, mesmo quando não quero me envolver. Que, quando duas pessoas discutem, não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem. Aprendi que por mais que eu queira proteger os meus filhos, eles vão se machucar e eu também. Isso faz parte da vida. Aprendi que a minha existência pode mudar para sempre, em poucas horas, por causa de gente que eu nunca vi antes. Aprendi também que diplomas na parede não me fazem mais respeitável ou mais sábio. Aprendi que as palavras de amor perdem o sentido, quando usadas sem critério. E que amigos não são apenas para guardar no fundo do peito, mas para mostrar que são amigos. Aprendi que certas pessoas vão embora da nossa vida de qualquer maneira, mesmo que desejemos retê-las para sempre. Aprendi, afinal, que é difícil traçar uma linha entre ser gentil, não ferir as pessoas, e saber lutar pelas coisas em que acredito.
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Gosta de alguém...
Não gostes do amor...Gosta de alguém que te ame, alguém que te espere, alguém que te compreenda, mesmo nos momentos de loucura, e alguém que te ajude, que te guie, que seja o teu apoio, a tua esperança, o teu tudo.
Gosta de alguém que não te traia, que seja fiel, que sonhe contigo, que só pense em ti, que só pense no teu rosto, na tua delicadeza, no teu espírito e não no teu corpo nem nos teus bens...
Gosta de alguém que te espere ate o final, de alguém que seja o que tu escolheres.Gosta de alguém que sofra junto contigo, que ria junto a ti, que limpe as tuas lágrimas, que te abrigue quando necessário, que fique feliz com tuas alegrias e que te de forças depois de um fracasso.
Gosta de alguém que volte para conversar contigo depois das brigas, depois do desencontro, de alguém que caminhe junto a ti, que seja companheiro, que respeite as tuas fantasias, as tuas ilusões.
Gosta de alguém que te ame. Não gostes apenas do AMOR, gosta de alguém que sinta o mesmo sentimento por ti, que goste realmente de ti.
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