segunda-feira, 15 de março de 2010

Sinto-te...


Sinto-te, em cada palavra descrita, em cada letra escolhida. Sinto-te, em cada inspiração tua, em cada instante meu...
O teu corpo, que descubro, com a ponta dos dedos que te escrevem, descrevem cada milimetro da tua pele. Sinto-te o perfume que se mescla com o incenso que queima o ar salpicando a noite de aromas.
Esperas-me, sobre essa cama vazia, onde adormeces em sonhos, embalados pela brisa. Chego de mansinho, afagando-te os pés, a minha respiração percorre suavemente as tuas pernas, sentindo-te sem te tocar, a pele macia. As minhas mãos, tocam-te, sinto-te, o corpo arrepia-se, descobriste-me, envolto no vento cálido desta noite, encontraste-me no abraço apertado que nos demos.
Os meus lábios, procuraram encontrar os teus na plena escuridão, sabendo com certeza que iriam encontrá-los, no instante em que ambos nos beijamos, com a intensidade que apenas a saudade de muitas vidas deixou em nós.
Senti-te, quando os nossos olhares se cruzaram, enquanto as nossas bocas se devoraram, num momento mágico.
Quando fizeste o dia nascer, o Sol foi encontrar-nos onde a Lua nos adormeceu, dois corpos colados, duas almas abraçadas, sobre os lençois do amanhecer...

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